De acordo com a nova classificação da OMS (Organização Mundial da Saúde), a Síndrome de Burnout passa a ser considerada uma doença ocupacional a partir deste ano de 2022.

Também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, trata-se de um transtorno psíquico causado pelo cansaço extremo, que possui relação com a rotina de trabalho, porém que afeta a vida do indivíduo em todos os sentidos.

E com a pandemia, houve um aumento considerável do número de casos, originando, inclusive, um salto nos pedidos de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez em virtude de transtornos mentais.

Sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos relacionados ao trabalho e eficácia profissional reduzida são os sintomas do Burnout. E com essa mudança de classificação para doença ocupacional, é possível interpretar a relação direta da síndrome com o ambiente de trabalho e reforça a responsabilidade da empresa sobre a saúde integral do funcionário, uma vez que o estresse mal administrado se torna um problema crônico relacionado a gestão e ao local de trabalho.

Vale destacar, que essa mudança repercutirá em processos trabalhistas, onde a empresa poderá ser responsabilizada e até pagar indenização em situações em que o funcionário recorrer à Justiça por conta de esgotamento. De toda forma, a responsabilização da empresa será avaliada a partir do laudo médico que comprove o Burnout, bem como o histórico profissional, avaliação do ambiente de trabalho, coleta de relatos de testemunhas, para corroborar as provas de uma degradação emocional e fatores que causaram a síndrome, tais como assédio moral, metas fora da realidade e cobranças agressivas.

E para as empresas, o que muda? Se antes o estresse e o esgotamento preocupavam os gestores e o RH, pela falta de engajamento, diminuição da produtividade e até a perda de profissionais, agora com o Burnout sendo uma doença ocupacional, o posicionamento das empresas precisa ser mais proativo nas questões que envolvem a saúde integral do colaborador para minimizar os riscos.